Nova safra de grãos deve superar 300 milhões de tonelada

A produção de grãos, que inclui algodão, arroz, feijão, milho, soja e outras 11 culturas, deve alcançar mais de 308 milhões de toneladas nesta safra, contra 271 toneladas no período anterior, de acordo com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A oferta do algodão deve alcançar 2,9 milhões de toneladas, um número quase 7% superior ao da safra passada. Para o milho, as perspectivas são de 125 milhões de toneladas, um crescimento de 9%. Já a produção de soja deve chegar a mais de 150 milhões de toneladas, o que representa 21% de crescimento.

Enquanto a produção cresce 14% nesta safra, a área total de grãos deve crescer apenas 2,5%, passando de 73,8 para 75,6 milhões de hectares.

Nos principais cultivos, os números são os seguintes:

• Algodão: 1,63 milhão de hectares, crescimento de 2%
• Milho: 22,1 milhão de hectares, crescimento 2,5%
• Soja: 42,4 milhões de hectares, crescimento de 3,5%

Como resultado da maior oferta de grãos, o comércio externo desses três produtos também deve crescer no próximo ciclo. No algodão em pluma, as estimativas da Conab indicam embarques de 1,98 milhão de toneladas, um aumento de 4,2%. No milho, serão 44,5 milhões de toneladas exportadas, ou seja, 19% a mais. Por fim, na soja, as exportações devem totalizar 91,9 milhões de toneladas, um crescimento de 22%.

"Nos últimos quatro anos, nós crescemos, em média, 3 milhões de novos hectares de grãos por ano. É impressionante se considerar o volume de investimento: estamos falando em 15, 20 mil reais por hectare. É um aumento expressivo de área, por isso, temos alertado os produtores para que tenham políticas de venda antecipada porque, com esse volume que o Brasil vai colocar a mais no mercado mundial, principalmente de soja, além da safra americana indo bem, é provável que tenhamos preços menores na época da colheita", analisa o professor Marcos Fava Neves sobre a evolução na safra de grãos.

Giro de notícias do agro

As exportações do complexo soja devem crescer 17% em 2023, alcançando 115 milhões de toneladas. Desse total, 83% devem corresponder à soja em grão, segundo a Datagro.

Já as importações de fertilizantes caíram para 3,5 milhões de toneladas em agosto. O volume é quase 20% menor do que o registrado em julho, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) também caiu pelo quinto mês consecutivo. Em agosto, o indicador registrou 138 pontos, 2,7% a menos do que em julho, embora ainda esteja quase 8% maior do que no mesmo mês de 2021.

Agenda da semana

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O Doutor Agro também recomenda que os produtores fiquem de olho nos seguintes pontos na próxima semana: flutuação da moeda, clima nos Estados Unidos e no Brasil e contexto político.