Sojicultor: prepare-se para uma safra livre das lagartas da soja!
Saiba como identificar e manejar as principais lagartas da soja, que podem comprometer a produtividade da lavoura.As lagartas da soja são pragas altamente devastadoras para a cultura, podendo causar perdas de até 70% na produção. Para ter uma safra livre de pragas e manter esse problema longe da sua lavoura, é necessário realizar a identificação das espécies e aplicar um manejo adequado.
Entre as mais de 40 espécies já identificadas pela Embrapa, destacam-se as mais preocupantes: lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens), broca das axilas (Crocidosema aporema), lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens), além de Helicoverpa armigera e Spodoptera cosmioides.
Essas pragas podem atacar a plantação desde o desenvolvimento inicial até a fase reprodutiva, exigindo atenção constante para evitar prejuízos.
Lagarta-da-soja
Essa praga pode provocar mais de 30% de desfolhamento na lavoura de soja. De acordo com a Embrapa Soja, os danos mais severos ocorrem nos estádios finais de desenvolvimento da cultura, quando o potencial produtivo está mais vulnerável.
As lagartas-da-soja maiores que 1,5 cm podem ser encontradas tanto em tonalidades verdes quanto escuras, exigindo monitoramento constante para garantir o manejo adequado e evitar grandes perdas.
Falsa-medideira
Essa praga causa danos econômicos tanto na fase vegetativa quanto na reprodutiva da lavoura de soja. Sua principal característica é a forma de locomoção: ela se move como se estivesse “medindo palmos”, devido à presença de apenas dois pares de pernas abdominais.
Quando perfuram as folhas, elas deixam as nervuras centrais e laterais sem danos, promovendo um aspecto característico de folhas rendilhadas, que facilita a identificação da praga no campo.
Broca-das-axilas
Essa praga da soja pode provocar prejuízos significativos, especialmente quando ocorre em alta incidência durante o estágio vegetativo. Ela reduz a altura das plantas, favorece a formação de ramos secundários e diminui a altura de inserção das primeiras vagens, fatores que dificultam o manejo e aumentam as perdas na colheita da soja.
Lagarta-das-maçãs
Essa é uma praga com alto potencial de dispersão e capaz de atacar diversas culturas, incluindo as lavouras de soja.
Quando recém eclodida, se alimenta das folhas mais jovens, prejudicando os pontos de crescimento das plantas. À medida que se desenvolve, passa a consumir estruturas reprodutivas, aumentando os riscos de perdas na produtividade.
Helicoverpa armigera
Essa é uma das lagartas da soja mais destrutivas, capaz de provocar perdas de até 40% da produção. Nas fases iniciais, ataca as plântulas, causando desfolhamento e consumo dos brotos.
Já no período reprodutivo, a praga compromete flores e vagens, reduzindo o potencial produtivo da lavoura de soja.
Spodoptera Cosmioides
Essa é uma das lagartas da soja mais agressivas, facilmente reconhecida pelas listras amarelas ao longo do corpo. Essa praga é capaz de consumir quase o dobro de área foliar em comparação a outras espécies, causando intensa desfolha e ainda atacando diretamente as vagens da soja, comprometendo o rendimento final da lavoura.
Como identificar e monitorar as lagartas da soja?
A identificação correta das lagartas da soja é importante para realizar um manejo eficiente, já que cada praga possui um tipo de controle específico e, se não for reconhecida a tempo, pode comprometer toda a lavoura.
O monitoramento constante é a chave para o sucesso. "No campo, não é possível diferenciar com facilidade as Spodopteras, mas é possível diferenciar os grandes grupos. Nós recomendamos que o produtor sempre consulte os manuais de identificação, disponíveis gratuitamente no site da Embrapa Soja para consulta", explica Adeney de Freitas Bueno, pesquisador da Embrapa.
Uso de biotecnologia protege contra o ataque de pragas
O uso de cultivares de soja com tecnologia Bt é uma das estratégias mais eficazes para proteger a lavoura contra o ataque de lagartas da soja, como a lagarta-da-soja, a lagarta falsa-medideira, a broca das axilas, a Helicoverpa armigera, a Spodoptera cosmioides e a lagarta-das-maçãs. Essa biotecnologia insere genes de uma bactéria que produz proteínas tóxicas para determinados insetos, conferindo resistência natural a diversas pragas.
Além do uso da tecnologia Bt, é indispensável o plantio da área de refúgio, que corresponde a cerca de 20% da área total cultivada com soja não Bt. Essa prática é importante para manter a longevidade da tecnologia, pois garante a produção de insetos suscetíveis e reduz a pressão de seleção das pragas.
"Se a gente quer a tecnologia Intacta2 Xtend® funcionando por muito tempo, tem que ter plantio de área de refúgio, que serve para produzir insetos suscetíveis e, assim, ter maior durabilidade de tecnologia", destaca Renato Horikoshi, especialista em manejo de resistência de insetos na Bayer.
A plataforma Intacta2 Xtend® também contribui para uma agricultura mais sustentável, pois permite reduzir as aplicações de inseticidas, além de oferecer as variedades Xtend® Refúgio, que proporcionam uma área de refúgio mais produtiva. "A Intacta2 Xtend® vai ajudar o produtor a ter sua lavoura mais segura contra o ataque de lagartas. Ou seja, vai proteger contra a perda de produtividade", acrescenta o especialista da Bayer.
Vale lembrar que o tratamento de sementes continua sendo recomendado para proteger as plântulas contra pragas iniciais não cobertas pela biotecnologia. Por isso, o monitoramento constante e o manejo integrado são indispensáveis para manter sua lavoura de soja saudável e produtiva.