Pulverizador agrícola: o que é, quais os tipos, importância e como usar

O mercado de pulverizadores agrícolas não para de crescer. Usado em diferentes fases do ciclo produtivo, desde o controle de pragas até a aplicação de fertilizantes, esse equipamento se consolidou como uma das tecnologias de aplicação de insumos mais importantes do campo.

Segundo relatório da Mordor Intelligence, o mercado de pulverizadores na América do Sul é estimado em US$ 501,09 milhões em 2024, com previsão de atingir US$ 667,11 milhões até 2029.

Isso evidencia o potencial de crescimento dessa tecnologia e mostra que os agricultores estão cada vez mais dispostos a investir na modernização de suas lavouras.

Porém, mais do que adquirir um pulverizador moderno, você precisa entender como utilizá-lo e mantê-lo corretamente. Sem os cuidados adequados, a eficácia dos produtos aplicados pode ser comprometida, elevando os custos de produção e reduzindo a produtividade.

Neste artigo, você aprenderá como funciona e quais estratégias adotar para garantir que seu uso seja eficiente e sustentável.

O que é um pulverizador agrícola?

O pulverizador agrícola é uma máquina projetada para distribuir agroquímicos, como herbicidas, inseticidas e fertilizantes líquidos, diretamente nas plantações. Ele assegura uma distribuição eficiente dos insumos nas superfícies-alvo, como as plantas cultivadas em lavouras ou estufas.

O que faz um pulverizador agrícola?

Os pulverizadores têm a função de aplicar de forma precisa produtos fitossanitários e fertilizantes nas plantações. Eles permitem o controle da dosagem de insumos durante a operação, garantindo que eles sejam aplicados na medida certa e nos locais adequados.

Esse controle resulta em operações mais eficientes, econômicas e com menor desperdício. Além disso, esse uso também contribui para o manejo de plantas daninhas, pragas e doenças.

Ao mesmo tempo, ele melhora a nutrição das culturas por meio da aplicação eficiente de fertilizantes. Por conta dessas características, os pulverizadores preservam o teto produtivo das plantações.

Quais são os tipos de pulverizador agrícola?

Os pulverizadores podem ser classificados com base em diferentes critérios, como o tipo de acionamento, configuração do equipamento e tecnologia empregada na sua fabricação. Conheça a seguir os tipos mais conhecidos dessa máquina:

1. Costal

O tipo costal é semelhante a uma mochila, com um reservatório e alças que permitem ao operador carregá-lo nas costas. Ele pode ter acionamento manual ou motorizado.

2. Pistola

Esse equipamento geralmente utiliza um sistema de ar comprimido. Quando o operador aperta o gatilho da pistola, esse sistema gera uma pressão que esguicha o produto na superfície-alvo.

A pistola também pode ser acoplada a mangueiras, aumentando o alcance da pulverização e a precisão durante a aplicação em áreas de difícil acesso. Vale lembrar que essa máquina também pode ter acionamento elétrico ou manual.

3. Barra

Esse modelo é formado por uma barra com múltiplas pontas de pulverização, acoplada a um trator. Isso permite uma aplicação rápida e eficiente de insumos em grandes áreas de cultivo.

4. Atomizador

Os atomizadores produzem uma corrente de ar de alta velocidade para distribuir insumos, que podem atingir longas distâncias. Por conta disso, eles são mais eficazes na pulverização de plantas com copas densas e culturas perenes.

5. Autopropelido

O autopropelido é o mais utilizado em campo. Considerado o mais avançado, ele é equipado com tecnologias da agricultura de precisão, como sensores, GPS e computador de bordo.

Essas máquinas são projetadas para grandes propriedades, com tanques de até 4.500 litros e barras extensas. Com alta velocidade operacional, conseguem pulverizar centenas de hectares diariamente, sendo ideais para a aplicação em áreas extensas e culturas de grande escala.

O que é pulverizador de alta pressão?

Esse é um equipamento que usa uma pressão elevada para pulverizar o agroquímico em partículas muito pequenas. Isso permite que o produto seja melhor disperso, alcançando áreas de difícil acesso e garantindo uma cobertura uniforme nas plantas.

A pressão varia conforme o tipo e o modelo. No entanto, é comum encontrar modelos manuais sendo comercializados com essa característica.

Quais são os acessórios do pulverizador agrícola?

O pulverizador pode ser equipado com diferentes acessórios, que variam conforme o tipo da máquina. O modelo costal manual, por exemplo, pode ser acoplado a extensões e lanças de pulverização, que aumentam o alcance e facilitam a aplicação.

Já o em barra permite o uso de diferentes pontas ou bicos, que transformam a calda em gotículas pequenas.

Como escolher um pulverizador agrícola?

A escolha de qual equipamento usar na lavoura depende da análise de vários fatores, como tipo de cultura, tamanho da área que precisa ser pulverizada e tecnologias agrícolas do equipamento.

Os de barra, por exemplo, são ferramentas modernas indicadas para uso em propriedades com extensas áreas de lavouras como soja e milho.

Saiba mais: Tecnologias de aplicação de defensivos: regulagem e calibragem

Quais são os principais cuidados necessários durante a pulverização?

Assim como outras operações no campo, a pulverização de defensivos e outros insumos também exige alguns cuidados. Confira abaixo 8 dicas para garantir que esse processo seja bem-sucedido.

1. Faça a manutenção preventiva

A manutenção preventiva ocorre antes da operação, mas influência no seu resultado. Ela envolve a inspeção dos componentes e a substituição ou reparo de peças que possam causar problemas durante o uso do equipamento.

Esse processo deve ser feito conforme as orientações do manual da máquina e pode exigir o agendamento de horários com profissionais especializados.

O planejamento da safra deve incluir datas para fazer essa manutenção, sempre respeitando o ciclo da cultura. Isso garante que o equipamento esteja em perfeitas condições de uso antes do início da operação.

2. Monitore os vazamentos

Os vazamentos de calda podem causar desperdício, aplicação desigual e até contaminação ambiental. Eles podem ser resultados de vários problemas, como danos em peças que precisam ser trocadas ou reparos feitos de maneira inadequada.

Para evitar prejuízos, esses vazamentos devem ser monitorados durante a operação e a manutenção preventiva da máquina.

Para isso, é importante conferir principalmente as mangueiras, as conexões do circuito de pulverização, a bomba e o mexedor mecânico, componentes onde os vazamentos são detectados.

3. Cuide da limpeza

Ele sempre deve ser limpo após o uso, no mesmo dia da operação. Isso porque os restos de calda armazenados no tanque têm efeito corrosivo e podem causar entupimento de bomba, de mangueiras e de pontas.

A limpeza possibilita evitar esses problemas e garantir a durabilidade e eficiência do equipamento.

4. Verifique o estado das pontas de pulverização

A qualidade das pontas de pulverização é decisiva para uma aplicação eficiente. Pontas desgastadas podem reduzir a qualidade de aplicação, causando desperdício de produtos. Caso elas estejam nesse estado, elas devem ser trocadas.

No entanto, se as pontas estão apenas entupidas, elas devem ser limpas com jato de ar ou uma escovinha macia específica para essa finalidade.

Nunca tente desobstruir essa peça utilizando a boca ou objetos pontiagudos como agulhas ou arame. Além de ser perigoso, isso pode danificar a ponta e inviabilizá-la para uso.

5. Use filtros adequados

Os filtros têm a função de barrar pequenas impurezas que poderiam obstruir a ponta. Por isso, o filtro utilizado deve ser compatível com a ponta usada no equipamento e com o tipo de calda que será aplicada.

6. Monitore o agitador de calda

O agitador é o componente responsável por manter a calda homogênea, evitando que partículas mais pesadas decantem no fundo do tanque. No entanto, o bom funcionamento dessa peça também depende da preparação correta da calda.

Respeitar a ordem de colocação dos produtos e o processo de homogeneização do líquido é essencial para garantir que o agitador faça o seu trabalho. Se esse processo não for feito corretamente, podem ocorrer problemas na bomba e obstrução de pontas e filtros.

Caso o agitador não seja muito eficiente, você pode fazer uma pré-mistura dos produtos antes de adicioná-los ao tanque.

7. Regule e calibre o pulverizador

A regulagem ajusta às necessidades específicas da aplicação, como tipo de ponta, espaçamento entre bicos e volume de calda.

Já a calibração verifica se a regulagem está correta e ainda realiza ajustes finos, como a uniformidade da pressão nas barras, com o uso de manômetros. Um equipamento bem calibrado é necessário para garantir aplicações precisas e alcançar o máximo potencial produtivo da lavoura.

8. Use os produtos adequados

Investir em insumos agrícolas de qualidade e aplicá-los da forma correta, conforme as indicações do produto e as orientações do agrônomo, também faz a diferença na eficiência do pulverizador.

Colocando essas dicas em prática, você torna a pulverização mais eficiente e econômica, contribuindo diretamente para o aumento da produtividade da plantação.

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