Blog do Agro

Identificação e manejo de mofo-branco na soja

O mofo-branco é uma doença fúngica com grande potencial de impacto na cultura da soja.30 de outubro de 2023 /// 13 minutos de leitura
Mofo-branco na soja

A identificação e o manejo do mofo-branco na cultura da soja são indispensáveis para quem deseja proteger a produtividade da lavoura. Esta doença fúngica é muito relevante no Brasil, e segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), pode comprometer até 70% da produção de soja.

Causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, o mofo-branco pode ocorrer em diversas culturas, mas é principalmente prejudicial para a soja.

Além de seu alto potencial de impacto na cultura, o mofo-branco se dissemina com facilidade na lavoura por meio dos ascóporos do fungo. Além disso, tem a capacidade de se tornar inativo, e permanecer viável no solo por vários anos, favorecendo a disseminação da doença.

Para saber mais sobre como identificar o mofo-branco na cultura da soja, e conhecer métodos de manejo para esta doença, continue esta leitura.


O fungo causador do mofo-branco na soja

O Sclerotinia sclerotiorum, fungo causador do mofo-branco na soja, hospeda-se em diversas culturas além da soja. Inclusive, a doença pode encontrar abrigo em plantas daninhas, como por exemplo o caruru (Amaranthus deflexus), a corda-de-viola (Ipomoea nil), e o picão preto (Bidens pilosa). E principalmente culturas de inverno como por exemplo o nabo forrageiro pode contribuir para maximização do fungo nas lavouras.

A estrutura biológica do fungo integra micélio, escleródios e apotécios, os quais desempenham funções cruciais no ciclo de vida do fungo.

Conheça a estrutura do fungo causador do mofo-branco:

  • Escleródios
    Os escleródios são estruturas duras e pretas, semelhantes a sementes, que são formados pelo fungo durante seu ciclo de vida. Os escleródios são a principal fonte de inóculo para a infecção de culturas futuras. Além disso, é essa estrutura que garante a sobrevivência do fungo no solo por longos períodos.
  • Apotécios
    Os apotécios são estruturas reprodutivas do fungo. Eles são produzidos pelos escleródios e liberados no ambiente em forma de esporos. Esses esporos são transportados pelo vento e pela água, o que facilita a disseminação do fungo para novas plantas hospedeiras.
  • Micélio
    O micélio se desenvolve na planta hospedeira e no solo. Esta estrutura é responsável por absorver nutrientes, crescendo e penetrando nas células hospedeiras da soja. É o micélio que causa os danos e sintomas característicos da doença.

Infecção do mofo-branco na soja

O processo de infecção do mofo-branco na soja depende da interação entre o fungo, o ambiente, e a planta hospedeira. Tudo começa quando os escleródios do mofo-branco germinam ao encontrar umidade alta no ambiente e no solo, e clima com temperatura amena.

Depois de germinar, os escleródios desenvolvem apotécios, liberando os ascósporos do fungo no ar. Quando os ascósporos atingem principalmente flores senescentes, surge o micélio de cor branca, e textura felpuda.

A presença do micélio significa que o fungo está infecionando. Nesta etapa, o micélio absorve nutrientes e penetra as células da planta de soja.

Como consequência dessa infecção, a planta perde área foliar e rendimento. Além de produzir menos e se desenvolver de forma deficitária, a planta afetada também pode morrer.


Identificação visual do mofo-branco na soja

A lavoura de soja é mais vulnerável ao mofo branco entre os estágios R1 e R3. Nesse período, o monitoramento da doença deve se intensificar para identificar o mofo-branco ainda em estágios iniciais.

Veja o que deve ser observado nas plantas de soja para identificar a presença de mofo-branco:

  • Manchas brancas nas hastes e folhas
    As folhas e hastes infectadas podem desenvolver manchas brancas de micélio.
  • Apodrecimento da haste
    Em muitos casos, o mofo branco provoca o apodrecimento das hastes da soja. Isso pode ser detectado ao inspecionar as plantas e encontrar partes das hastes quebradas ou murchas.
  • Murcha repentina das plantas
    Quando as plantas de soja murcham repentinamente, mesmo quando há água suficiente no solo, pode ser um sinal de infecção por mofo branco.
  • Escleródios no solo
    Procure escleródios pretos e duros no solo, especialmente após a colheita. Eles indicam de maneira clara a presença do fungo na área.

Disseminação do mofo-branco na produção agrícola

Para realizar o bom manejo do mofo-branco, é importante se atentar aos diferentes meios que podem levar a doença para a lavoura.

A princípio, a disseminação acontece a partir dos esporos, que podem ser dispersos de várias maneiras, como por exemplo:

  • Dispersão aérea
    Os ascósporos podem ser transportados pelo vento a distâncias consideráveis, sendo uma das principais vias de disseminação do mofo-branco. Isso significa que o fungo pode infectar plantas de soja em áreas próximas de onde a infecção original ocorreu.
  • Máquinas agrícolas e equipamentos:
    Equipamentos agrícolas, como colheitadeiras e tratores, podem transportar escleródios do solo de um campo para outro, auxiliando na disseminação do fungo.

É válido lembrar que, mesmo não sendo facilmente dispersáveis, os escleródios que sobrevivem no solo da lavoura podem afetar outras culturas-alvo quando não manejados.


Manejo do mofo-branco na soja

Para realizar o bom manejo de mofo-branco na cultura da soja é fundamental integrar as boas práticas e tecnologias eficientes.

Entre as principais ações estão:

  • Limpeza de maquinários
    Permitir apenas a entrada de maquinários higienizados na lavoura pode reduzir a disseminação da doença vinda de outras áreas.
  • Sementes sadias
    Sementes contaminadas com mofo branco podem contaminar áreas sem o histórico.
  • Cultivares e espaçamento
    Espaçamento entre linhas visando promover uma aeração melhor, a adoção de cultivares com período de floração mais curto podem contribuir para diminuição da severidade.
  • Acompanhamento de histórico da lavoura
    A construção do histórico de ocorrência de doenças na lavoura pode ajudar a estruturar estratégias de manejo, e orientar a escolha de cultivares mais tolerantes ao fungo.
  • Rotação estratégica de culturas
    Em áreas com histórico de mofo-branco, é fundamental rotacionar a soja com culturas não hospedeiras do fungo. Isso ajuda a interromper o ciclo da doença na lavoura, e reduzir a pressão do fungo nas safras seguintes.
  • Uso inteligente de fungicidas químicos ou biologicos
    É necessário realizar monitoramentos periódicos na lavoura. Deve-se utilizar fungidas biológicos visando reduzir o banco de escleródio, e, deve-se utilizar os fungidas específicos visando proteger as flores.

Fungicida Bayer para controle do mofo-branco

Para maximizar a proteção da lavoura de soja, Bayer desenvolveu o fungicida ATTILA®. O produto foi criado especificamente para manejar o mofo-branco nas culturas do feijão, algodão e soja.

ATTILA® é um fungicida sistêmico, de aplicação foliar, do grupo químico das Benzamidas piramidas, que deve ser utilizado no manejo preventivo do mofo-branco.

Confira a recomendação Bayer para o manejo do mofo-branco com o fungicida ATTILA:

  • A 1ª aplicação deve ser realizada de forma preventiva, no momento do pleno florescimento, ou seja presença de flores na haste principal da soja.
  • Realizar a 2ª aplicação, também de forma preventiva, com 10 a 14 dias de intervalo.
  • Em cultivares com períodos muito longos de floração, poderão ser necessárias mais aplicações. Neste caso, devem ser utilizados fungicidas com mecanismos de ação diferentes de ATTILA® para prevenir o surgimento de resistência do fungo.
  • Em condições de alta pressão da doença, utilizar a maior dose recomendada na bula, em um intervalo de aplicação de até 10 dias.

Para saber mais sobre ATTILA®, clique aqui.

exclusivo para usuários logadosArtigos salvos e temas de interesseRealize seu login para salvar artigos e escolher os temas de seu maior interesse. Você poderá acessá-los a qualquer momento, sem perder de vista nenhum conteúdo de relevância pra você.