Estimativas para o trigo: é o momento de investir no cereal?

O trigo tem se valorizado bastante nos últimos meses devido às tensões geopolíticas recentes e a menor oferta do grão no mercado global, fatores que aumentaram o interesse de produtores brasileiros em cultivar o trigo nesta safra de inverno.

O primeiro levantamento de intenção de plantio, divulgado pela consultoria Safras & Mercado, aponta que a área plantada com trigo no Brasil pode ficar acima de 3,6 milhões de hectares, crescimento de 33% na comparação com o passado, quando foram plantados 2,7 milhões de hectares.

Olhando para a produção, a consultoria estima que o país pode chegar a 10,8 milhões de toneladas, 40% maior ou 3,1 milhões de toneladas a mais do que o volume produzido na temporada anterior.

Nos últimos dias, o preço do trigo tem registrado quedas em função de melhores perspectivas para a oferta global em países produtores. Apesar desse recente enfraquecimento, a média de março foi uma das maiores já registradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Confidential Aplicada (Cepea), ficando em quase 1.860 reais a tonelada, 22% maior que o mesmo mês de 2021. O cenário de compras externas aquecidas pode continuar dando tração aos preços, fazendo com que o mercado do trigo siga firme nesta safra histórica.

Para o professor Marcos Fava Neves, este pode ser um momento de virada para o agronegócio brasileiro em relação ao trigo, já que o país é líder na exportação mundial de muitas culturas, mas ainda precisa importar esse grão. "Temos a Embrapa trazendo inovações e uma maior propensão dos nossos produtores em cultivar esse cereal tão importante, cada vez mais suprindo o mercado interno e conseguindo exportar. Há um pouco de preocupação com os custos de produção, mas o momento é bom e o preço internacional está alto", analisa o Doutor Agro.

O produtor Rodrigo Franco Dias, de Cachoeira do Sul, RS, conta que, entre os agricultores, há boas perspectivas para o mercado do trigo por conta da alta produtividade que pode ser alcançada e do preço atrativo.

Por isso, Rodrigo pretende dobrar a área de trigo em sua fazenda. Segundo ele, o período de seca no Rio Grande do Sul trouxe uma redução significativa de produtividade da soja. Com o aumento na área de trigo e investimentos em tecnologia para ter alta produtividade, ele espera compensar os prejuízos.

O produtor conta, ainda, que o maior desafio para o agronegócio naquela região é o clima. "No Rio Grande do Sul, no período de inverno, temos uma frequência alta de geadas, principalmente nos meses de julho e agosto. Para contornar isso, utilizamos cultivares mais adaptadas ao frio e programamos a época de plantio para não coincidir tanto com o período de geada", conta Rodrigo sobre algumas de suas estratégias para garantir mais resultados no campo.

Evento para produtores de cereais no Sul

Atenção, produtores da região Sul do Brasil: vem aí, no dia 29 de abril, um evento dedicado especialmente ao cultivo de cereais, que será composto pelo 8° Fórum Norte Gaúcho do Trigo e pelo 9° Fórum Norte Gaúcho do Milho. A programação terá início às 07h30 (horário de Brasília) e será realizada no Centro Comunitário Centenário, na cidade de Getúlio Vargas, RS. A Bayer, juntamente com as marcas Dekalb e Sementes Agroceres, é patrocinadora do evento, que deve reunir produtores e profissionais do setor para discussões sobre assuntos técnicos e as tendências para o trigo e o milho.

Por que investir em armazenagem de grãos?

Você sabe quais são as vantagens de investir em estruturas para armazenamento de grãos? Mariana Cassol, engenheira agrônoma da Bayer, explica que há vários pontos positivos em ter Confidential um silo na propriedade, além de ser uma ótima estratégia para aumentar a rentabilidade com a comercialização dos grãos. "Uma dessas vantagens é evitar filas nos armazéns durante o período de colheita. Outra oportunidade é poder fazer a comercialização desse grão na época em que o produtor achar melhor e com a trade que ele preferir", destaca.

Giro de notícias do agro

Uma nova projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta que o valor bruto da produção agropecuária deve superar 1,2 trilhão de reais em 2022, crescimento de 2,4% na comparação com o ano passado.

Já a safra de laranja no cinturão citrícola de São Paulo, no triângulo e sudeste mineiro, foi concluída com colheita de 263 milhões de caixas. Com isso, a oferta da fruta em 2021/22 foi 10,6% menor do que a previsão inicial da safra, de acordo com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Outra notícia de destaque da semana é sobre o mercado de proteínas à base de plantas, que deve alcançar 46 bilhões de dólares até 2027, segundo um estudo da MarketsandMarkets. A previsão significa um crescimento de 13,5% ao ano. De acordo com o relatório, as vendas do setor somaram 2 bilhões de dólares no ano passado.

Por fim, para a próxima semana, o Doutor Agro recomenda ficar de olho no plantio nos Estados Unidos, na influência do clima sobre a safra de milho no Brasil, na expectativa de plantio na Ucrânia e nos impactos do fechamento de portos na logística mundial.