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De olho nas pragas não-alvo da INTACTA2 XTEND

O manejo de pragas da cultura da soja é indispensável, mesmo em lavouras com biotecnologia de proteção de plantas. 25 de março de 2024 /// 5 minutos de leitura
Manejo pragas

A tecnologia PLATAFORMA INTACTA2 XTEND® é a 3ª geração de biotecnologias de proteção de plantas, voltadas para a cultura da soja, desenvolvida pela Bayer. Esta ferramenta protege as lavouras de soja do ataque das principais lagartas que se alimentam da oleaginosa, e confere tolerância aos herbicidas ROUNDUP® e XTENDICAM®.

Entre os alvos de INTACTA2 XTEND® estão as lagartas Helicoverpa armigera, Spodoptera cosmioides, lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens), lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens) e broca-das-axilas (Crocidosema aporema).

Com estes atributos, i2x tornou o manejo de pragas e plantas daninhas mais inteligente e assertivo, revolucionando a forma como planejamos a safra e conduzimos as lavouras de soja.

Para preservar a eficiência desta biotecnologia, e promover maior proteção das lavouras, é fundamental associar a adoção de refúgio e o uso estratégico de inseticidas ao cultivo de soja com INTACTA2 XTEND®. Além disso, o monitoramento e manejo de pragas não-alvo da tecnologia são consideradas práticas indispensáveis, pois protegem a cultura do ataque de percevejos, moscas e lagartas que também podem reduzir a produtividade da lavoura.

Neste texto, vamos apresentar quais são as pragas não-alvo da biotecnologia INTACTA2 XTEND®, e dicas de manejo para evitar perdas que podem ser causadas por estes insetos.

Pragas não-alvo de INTACTA2 XTEND®

Assim como as lagartas controladas pela tecnologia INTACTA2 XTEND®, as pragas não-alvo da biotecnologia podem causar muitos prejuízos na lavoura de soja. Para realizar o manejo correto destes insetos é necessário saber quando eles ocorrem, quais danos causam nas plantas, e como identificá-los no campo.

De modo geral, as pragas não-alvo da biotecnologia INTACTA2 XTEND® podem ser divididas em dois grupos:

  • Pragas não-alvo que atacam a soja na fase vegetativa


    Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea), vaquinha (Cerotoma arcuata), torrãozinho (Aracanthus sp.), lagartas Spodopteras S. frugiperda e S. eridania.

  • Pragas não-alvo que atacam a soja na fase de florescimento

Percevejo barriga-verde (Dichelops furcatus), mosca-branca

(Bemisia tabaci), percevejo-marrom (Euschistus heros), percevejo-verde

(Nezara viridula), percevejo-pequeno (Piezodorus guildinii).

Cada um destes insetos exige uma estratégia de manejo específica, que pode ser planejada e executada em lavouras de soja com biotecnologia INTACTA2 XTEND®.

Pragas não-alvo que atacam a soja na fase vegetativa

Conheça as características das pragas não-alvo de INTACTA2 XTEND® que atacam a cultura da soja na fase vegetativa:

Percevejo-castanho

  • Medem aproximadamente 8 mm de comprimento.

  • As ninfas são brancas e os adultos são castanhos.

  • Possuem pernas dianteiras adaptadas à escavação.

  • É difícil vê-los na lavoura, porque passam muito tempo enterrados.

  • Exalam cheiro desagradável.

Danos:
O inseto se aprofunda no solo em busca de regiões úmidas em períodos secos, e só retorna à superfície em épocas chuvosas. O percevejo-castanho ataca as raízes da soja quando está embaixo da terra. Os danos causados por esta praga podem provocar a redução do desenvolvimento, e até a morte da planta. As perdas de produtividade causadas pela praga podem ser de 11 a 34%.

Manejo:
O controle químico dessa praga é muito difícil. Por esse motivo, as estratégias de manejo do percevejo-castanho envolvem o tratamento de sementes com inseticidas, e o uso de arado de aiveca como manejo cultural.

O arado expõe os insetos aos seus predadores, e facilita o esmagamento das ninfas e adultos, e o tratamento de sementes protege a cultura durante os estágios iniciais.

Vaquinha

  • Pode medir até 6 mm de comprimento.

  • Formato do corpo semelhante ao da Diabrotica speciosa.

  • Coloração bege e com quatro manchas simétricas em cada élitro, sendo duas grandes e duas pequenas.


Danos:
Os impactos na produtividade acontecem quando o ataque causa grande desfolha nos estádios iniciais ou reprodutivos da cultura.


Manejo:
Os inseticidas são os principais recursos no manejo deste inseto. É importante que o controle seja realizado quando for identificado 30% de desfolha no período vegetativo e 15 % de desfolha no período reprodutivo. O tratamento de sementes com inseticidas também pode apresentar eficiência nos estágios iniciais.

Torrãozinho

  • Mede aproximadamente 4 mm de comprimento.

  • Possui coloração cinza-escura.

  • Capaz de mimetizar a cor do solo.

  • Se finge de morto quando perturbado.

Danos:

O inseto se alimenta primeiro das margens das folhas, e depois deixa pequenos orifícios e cortes nas folhas e cotilédones. Os danos mais graves surgem quando o ataque da praga ocorre na inserção da folha. Esta espécie corta o pecíolo sem derrubar a folha da haste principal e faz uma espécie de casulo com a folha. A folha se enrola e seca, permanecendo presa a haste principal. Ataques severos podem destruir toda a área foliar e a gema apical, e cortar o caule da planta recém-emergida.


Manejo:
É recomendando o uso de inseticidas nas bordaduras da lavoura, em faixas de 30 a 50 m de largura por conta da característica do ataque do inseto.

S. frugiperda e S. eridania
As lagartas Spodopteras estão se tornando cada vez mais comuns nas lavouras de soja. A densidade populacional desse “complexo” varia de acordo com os anos e locais, mas é no Cerrado que esses insetos têm causado mais prejuízos. As ocorrências destes insetos estão associadas a períodos ou anos mais secos, e cultivos em épocas de menor precipitação.

Danos:
Elas atacam a região do colo, cortando as plantas pela base, o que provoca a morte da planta e perda de estande. É comum encontrar muitas plantas cortadas em áreas infestadas, mas dificilmente as lagartas são identificadas visualmente, porque a atividade delas é mais intensa durante a noite. Tanto S. frugiperda quanto S. eridania, têm alta capacidade de desfolha, o que afeta o desenvolvimento das plantas em fase inicial, ou o enchimento de grãos nas fases reprodutivas.

Manejo:
O manejo químico deve ser direcionado para o terço médio e inferior da planta, com o objetivo de cobrir e penetrar no dossel da planta. A eficiência dos inseticidas depende do tamanho das lagartas. O manejo apresenta melhores resultados quando as lagartas ainda estão pequenas.

Pragas não-alvo que atacam a soja na fase de florescimento

As pragas não-alvo de INTACTA2 XTEND® que atacam a soja na fase de florescimento são conhecidas por se alimentarem da parte área das plantas. Saiba quais são os impactos causadas por elas, e como realizar o controle de cada uma delas:

Percevejos
Na maioria dos casos, o ataque dos percevejos barriga-verde, percevejo-marrom, percevejo-verde e percevejo-pequeno, ocorre ao entardecer, ou durante a noite, em ambientes de temperaturas amenas.

Danos:
Os ataques ocorrem no início da floração e formação de vagens na soja. As ninfas e adultos se alimentam da seiva das plantas, sugando hastes, brotações e vagens, e injetando toxinas que causam retenção foliar, conhecida também como “soja louca”. Quando o ataque ocorre diretamente nas vagens, pode provocar formação de grãos chochos ou manchados.

Manejo:
O manejo químico é fundamental para o controle dos percevejos na soja, mas deve ser realizado a partir de monitoramento. Para evitar perdas no início da safra, é necessário realizar o tratamento de sementes com inseticidas. Em estágios avançados, as pulverizações de inseticida na parte aérea devem ocorrer logo após a identificação da praga no campo. É importante reforçar que pulverizações tardias são ineficazes.

Para evitar que estas pragas se desenvolvam e migrem entre diferentes cultivos e safras, é fundamental realizar o manejo de plantas daninhas antes, durante e após a safra da soja.

Mosca-branca

  • Hábito sugador.

  • Inseto amplamente distribuído nas lavouras do mundo.

  • Inseto vetor de doenças, que infecta culturas e plantas daninhas.

  • Condições ideais para o inseto: clima seco e com altas temperaturas, 25 a 35 ºC.

  • As fêmeas podem chegar a produzir de 100 a 300 ovos na face abaxial da folha em situações climáticas favoráveis.

Danos:
A mosca-branca se aloja em plantas daninhas, as infecta e contrai doenças, o que a torna um importante vetor. Quando sai da “ponte verde” e parte para a cultura da soja, ela acaba injetando substâncias tóxicas na planta enquanto suga seiva para se alimentar, e transmite doenças como a fumagina, por exemplo.

A incidência de fumagina é causada pelo fungo Capnodium sp. A fumagina apresenta coloração preta, que impede que as folhas da planta captem raios solares, reduzindo a taxa fotossintética da planta e provocando a queima das folhas pela radiação solar.

Manejo:
O manejo da mosca-branca demanda o monitoramento constante da lavoura desde a fase inicial. Além disso, a eficiência no controle deste inseto depende do bom manejo de plantas daninhas na área.

O monitoramento deve observar os terços superior e médio das plantas de soja, local onde ocorre a maior incidência de ninfas de mosca-branca. O nível de controle definido para esta praga é uma ninfa grande, ou três a cinco adultos, por disco de folha.

O manejo da praga com inseticidas químicos deve ser realizado com produtos de alvo específico, para manter a presença de inimigos naturais do inseto na lavoura. O uso de espalhante adesivo, e uma ponta que permita uma boa distribuição do produto, podem fazer a diferença no resultado do manejo.

Atualmente, o controle biológico da mosca-branca também é uma alternativa, tendo em vista as tecnologias disponíveis no mercado.

Para saber mais sobre como a biotecnologia, associada ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), pode aumentar a performance da sua lavoura de soja, assista ao Impulso Negócios EP. 31:

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