Escala de notas de danos de percevejo no milho

O Percevejo-Barriga-Verde (Dichelops melacanthus) é uma das Pragas Iniciais Mais Importantes Da Cultura Do Milho. Apesar de seus ataques serem considerados mais relevantes no início do desenvolvimento da lavoura, a consequência dos danos causados por este inseto nesta fase pode ser observada ao longo de toda a safra.

Os danos causados pelo percevejo-barriga-verde acontecem quando a praga se alimenta da Planta Do Milho. Basicamente, o inseto introduz seu estilete na planta para sugar nutrientes e, ao mesmo tempo, injeta toxinas nos tecidos da planta.

O hábito alimentar do percevejo-barriga-verde é capaz de:

• causar a morte das plantas em ataques severos;
• causar o murchamento das folhas centrais, também conhecido como “coração morto”;
• secar a planta totalmente.

Lavouras com alta infestação do inseto, podem sofrer redução de estande de plantas, o que pode levar o agricultor a replantar a área.

Todo este impacto causado pelo percevejo-barriga-verde pode ser observado na lavoura de várias formas:

• Perfuração de colmos em fase inicial podem gerar folhas com perfurações simétricas com bordas amareladas.
• Encharutamento das folhas, que não se abrem por conta de alterações fisiológicas na planta.
• Perfilhamento da planta, também causado por alterações fisiológicas decorrentes de toxinas injetadas pelo inseto.

O manejo integrado de pragas (MIP) é a melhor recomendação para evitar perdas por ataques do percevejo-barriga-verde. As ações mais efetivas no controle populacional deste inseto são:

• Manejo químico do percevejo durante a safra anterior, seja ela soja ou algodão e na entressafra das culturas;
• Controle de plantas daninhas com pulverização de inseticidas na palhada;
• Tratamento De Sementes Com Inseticidas Para Insetos Sugadores;
• Pulverização de inseticidas na parte aérea de planta ao longo da safra;
• Monitoramento constante.

Dentre todas estas ações, o monitoramento é o principal aliado do produtor na tomada de decisão sobre quando, quanto e o que aplicar para manejar o percevejo-barriga-verde.

Sendo assim, além da identificação e quantificação do inseto no campo e identificação dos danos da praga nas plantas, é necessário saber classificar a escala dos danos causados na lavoura. Dessa forma, é possível estimar perdas de produtividade antes mesmo do fim da safra, identificar plantas que já não podem mais se recuperar e avaliar medidas de manejo adequadas para talhões com plantas que apresentam baixos níveis de dano da praga.

Para avaliar a flutuação de pragas na lavoura durante o monitoramento, o produtor pode utilizar como referência duas métricas bastante difundidas, que são o Nível de Dano Econômico (NDE) e o Nível de Controle (NC). Cada praga possui um NC ou NDE diferente, que também considera a cultura onde ela está inserida. De modo geral, estes indicadores operam da seguinte forma:

• NDE: é o teto para a densidade populacional de pragas presentes na lavoura. Se uma espécie de inseto se reproduzir em níveis superiores ao determinado como NDE para a cultura, a aplicação dos inseticidas é justificada.
• NC: é o nível da densidade de pragas em que o controle deve ser iniciado para impedir que a espécie-alvo atinja números economicamente prejudiciais - ou alcance o NDE.

No entanto, especificamente para danos causados à cultura do milho pelo percevejo-barriga-verde, o produtor pode utilizar a “Escala de notas de injúrias do Percevejo-Barriga-Verde”. Elaborada pelo Pesquisador Rodolfo Bianco, do IAPAR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), a escala fornece ao produtor informações sobre o estado da lavoura em tempo real.

Além de quantificar a taxa de plantas atacadas na lavoura, a escala aponta o nível de dano causado pelo percevejo individualmente nas plantas. Essa informação ajuda a diagnosticar e projetar possíveis perdas de produtividade ao final da safra, aponta talhões onde os danos do percevejo foram mais severos e esclarece qual é a chance de recuperação das plantas.

Para entender a dinâmica, confira a tabela:

Tabela 1 Escala de notas de injúrias do Percevejo-Barriga-Verde. Fonte: Rodolfo Bianco (IAPAR). Adaptação: Ag.In 2022.

*Maior certeza de recuperação dos danos ocorre quando se tem chuvas regulares e adubação nitrogenada complementar

Para ter uma visão real da escala de danos, confira o vídeo produzido pela Consultoria Ag.In (Agricultura Inteligente), que mostra imagens do campo durante o monitoramento, acompanhadas pelas notas:

Se precisar de mais informações sobre o monitoramento do percevejo-barriga-verde na sua lavoura, procure por um Representante Técnico Bayer ou um engenheiro agrônomo de confiança em sua região.

Fonte: Ag.In.