Produtividade da Cotonicultura no Ano Safra 2021
O aquecimento da economia aumenta as expectativas para as próximas safras de algodão22 de julho de 2022
A cotonicultura é o cultivo de algodão e o Brasil passou de maior importador para ser o quarto maior produtor, segundo maior exportador, - ficando atrás apenas dos Estados Unidos - e nono maior consumidor, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Ainda de acordo com a Embrapa, a cotonicultura no Brasil passou de uma produção familiar, para empresarial, abastecendo mais de 30 mil empresas e gerando 1,5 milhão de empregos no país.
Apesar de quatro temporadas seguidas com recorde de produção (2015/2016 e 2019/2020), a expectativa da produtividade da cotonicultura no ano safra 2021 é de redução por conta da crise sanitária global causada pela Covid-19, que paralisou a agricultura e afetou importações e exportações.
O algodão é de extrema importância socieconômica para o Brasil e o mundo.
Segundo a Embrapa, a pluma do algodão é considerada como o principal produto da cotonicultura, pois é dela que vem 25% da fibra que abastece a indústria têxtil não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
As sementes do algodão também acumulam óleos e proteínas que são encontrados na indústria de alimentos e rações. No Brasil, o óleo do caroço do algodão também é utilizado para a produção de biodiesel.
Brasil no cenário mundial da cotonicultura
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodã o (ABRAPA), ao lado do Brasil os outros quatro maiores produtores de algodão são Estados Unidos, Índia, China e Paquistão.
De acordo com a associação, o Brasil já é responsável por abastecer 100% do mercado nacional e 20% da indústria têxtil do mundo. A China é o principal comprador do algodão brasileiro.
O país asiático importou 23,7 mil toneladas de algodão em maio de 2021, somando 700 mil toneladas no ano, volume 22% maior do que o registrado no mesmo período de 2020. O setor têxtil chinês importa anualmente mais de 2 milhões de toneladas de algodão brasileiro.
Além da China, países como o Vietnã, Paquistão, Bangladesh, Turquia e Indonésia estão entre os maiores compradores da pluma brasileira.
Brasil no cenário mundial da cotonicultura
É estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que a produtividade da cotonicultura no ano safra 2021 alcance 6.124,7 mil toneladas de algodão em caroço, indicando uma redução de 16,9% em relação à produtividade da última temporada (2019/2020).
Essa redução se deu, principalmente, pela diminuição da área plantada. Uma consequência dos impactos no mercado agrícola provocados pela pandemia da Covid-19.
A crise sanitária global paralisou as vendas, cancelou contratos e provocou menor venda de safra a ser plantada.
No entanto, apesar da retração, o Brasil exportou 221,9 mil toneladas de pluma de algodão em março de 2021, o que representa um aumento de 158% do volume exportado no mesmo período no ano passado.
Em relação aos três primeiros meses do ano, o Brasil exportou 731,3 mil toneladas, 18% a mais do que o volume exportado em 2020, que chegou a 619,8 mil toneladas.
Com a redução de 16,9% da produção, para o ano de 2021 a Conab ainda espera que o volume do mercado interno chegue a 2,49 milhões de toneladas e as exportações atinjam mais de 2 milhões de toneladas.
Apesar do recuo provocado pelo forte impacto da pandemia da Covid-19, o panorama para as safras seguintes é de aquecimento do mercado mundial de cotonicultura.
No mercado interno brasileiro, o Estado que lidera a produtividade da cotonicultura no ano safra 2021 é o Mato Grosso (67,9% do total), seguido da Bahia (21,6% do total), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As vantagens do Brasil em relação aos outros produtores de algodão estão nas oportunidades de extensão de áreas plantadas, clima favorável, recursos hídricos e tecnologia de produção.
Todos esses fatores podem levar o país a ser o maior produtor mundial de algodão até 2030.
Fatores que influenciam a produção da cotonicultura
Existem alguns fatores que influenciam a produção do algodão. São eles:
Clima
O algodão depende de condições climáticas favoráveis para uma boa produtividade.
O clima requerido na cotonicultura são dias ensolarados, com temperatura média superior de 20oC e precipitações totais, no período de crescimento, de 500 a 1.500mm.
Controle da mancha de ramulária
A mancha de ramulária é causada pelo fungo Ramularia areola, sendo considerada uma das principais doenças do algodoeiro.
A ramulária também tem sido a responsável por aumentar os custos da cotonicultura no Brasil.
O ambiente ideal para a doença é aquele que possui alta umidade, como é o caso do Cerrado, onde se encontra mais de 90% da produção nacional, segundo o Embrapa.
A mancha é responsável por provocar uma redução de até 35% da produtividade na cotonicultura.
Os sintomas iniciais aparecem nas folhas, como manchas esbranquiçadas e necróticas, com formato circular. Como o tecido necrosado tende a cair, a folha é, então, perfurada.
Como a transmissão da ramulária ocorre por meio das sementes, é possível adquirir sementes resistentes. Alguns cultivares de algodão transgênico são resistentes à ramulária e tolerantes ao herbicida glifosato.
Além disso, a aplicação de fungicidas é eficiente no combate à ramulária, desde quando seja feita logo quando surgirem as primeiras manchas.
Tecnologia
A tecnologia tem ajudado no aumento da produtividade da cotonicultura no Brasil, principalmente no que diz respeito ao controle de pragas e manejo do cultivo.
Biotecnologia inovadoras que focam na produtividade e sustentabilidade oferecem maior proteção contra as principais pragas que atacam o algodoeiro, como as lagartas, além de proporcionar maior flexibilidade no controle de plantas daninhas.
As soluções da Agro Bayer oferecem máxima produtividade e rentabilidade para o produtor e vão desde a geração de novas biotecnologias para o controle de pragas nas lavouras de algodão, ao uso e tratamento de sementes híbridas e defensivo agrícolas.