Como realizar a adubação de cobertura no algodoeiro

20 de julho de 2022

A adubação de cobertura é a continuação do processo de nutrição de plantas estabelecido no planejamento da safra e iniciado na adubação de plantio.

O processo de nutrição do algodoeiro não termina na adubação de plantio. Alcançar altos tetos produtivos exige monitoramento constante da lavoura, para identificar as demandas das plantas durante a safra. Ao sinal de qualquer desequilíbrio nutricional, devemos realizar a adubação de cobertura.

Além disso, como apresentamos no conteúdo anterior, sobre adubação de plantio, a quantidade de cada nutriente é distribuída de forma diferente em cada etapa da nutrição de plantas. Sendo assim, agora o trabalho é completar as doses estabelecidas antes do plantio de acordo com a análise de solo, a taxa de extração e a exportação de nutrientes da planta de algodão, e a análise foliar.

ANÁLISE FOLIAR: IDENTIFICANDO DEMANDAS NUTRICIONAIS

Ao serem analisadas as folhas das plantas de algodão, é possível identificar como a cultura está respondendo ao manejo nutricional. Com base no resultado dessa análise, podemos atuar de forma inteligente na correção de deficiências, para assegurar a produtividade até o momento da colheita.

Confira como descobrir quais nutrientes estão em falta na lavoura, por meio do monitoramento visual no infográfico da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária):

Figura 1- Fonte: Embrapa, 2013

Adubação de cobertura no algodão

O processo de adubação de cobertura geralmente começa entre 15 e 20 dias após a germinação das sementes. A aplicação distribui nitrogênio, potássio e macronutrientes essências para o desenvolvimento vegetativo da cultura.

Nessa operação, o restante dos nutrientes aplicados na adubação de plantio é dividido de duas a três etapas, que devem ocorrer em momentos específicos da safra, dependendo da região e do ciclo da cultivar.

1ª adubação de cobertura

Assim que a planta inicia o processo reprodutivo, surge o primeiro botão floral. Nesse período, que corresponde a 25 – 45 dias após a germinação, é recomendada a aplicação de nitrogênio, potássio e enxofre. De preferência, esses insumos devem ser incorporados ao solo, mas na maioria das vezes o manejo mais econômico é a aplicação a lanço.

A aplicação a lanço desses nutrientes exige atenção especial para as condições da lavoura no dia da operação. Se a planta estiver molhada por chuva ou orvalho, essa adubação pode causar lesões nas folhas do algodoeiro, o que pode servir de porta de entrada para doenças.

Dica para a 1ª adubação de cobertura

O algodão apresenta um crescimento vigoroso, com um processo de florescimento bastante exigente. Sendo assim, é importante verificar se a plantas estão com o desenvolvimento inicial normal ou baixo neste estágio da lavoura.

Caso o algodoeiro esteja com o desenvolvimento abaixo do esperado, é recomendada a aplicação foliar de fósforo, insumo que fornece a energia que a cultura precisa neste período.

2ª adubação de cobertura

Entre 45 e 70 dias após a germinação, surgem as primeiras flores totalmente desenvolvidas, marcando o início da fase reprodutiva. Nesse momento, 70% a 80% da produção final já está presente na planta, e é representada pelas primeiras maçãs, flores e botões florais.

Todas essas estruturas reprodutivas demandam muitos nutrientes, exigindo uma segunda adubação de cobertura. Dessa vez, a operação deve distribuir nitrogênio, potássio e magnésio. A aplicação deve ser a lanço, focando na base das plantas.

3ª adubação de cobertura

Quando o fim do ciclo se aproxima, um grande fluxo de fotoassimilados (açúcares) passa a ser produzido nas folhas e é encaminhado para o enchimento das maçãs. Para que esse processo ocorra de forma otimizada, a planta precisa de potássio.

O caminho ideal para levar a quantidade necessária do insumo para a lavoura é a 3ª adubação de cobertura, que deve acontecer a partir dos 75 dias após a germinação. Nessa operação, o potássio deve ser aplicado a lanço novamente.

O monitoramento da lavoura deve ser constante, em busca de sinais foliares de deficiência de nutrientes.

MICRONUTRIENTES AO LONGO DO CICLO

As doses de micronutrientes serão específicas em cada fase do desenvolvimento da planta, o que justifica mais uma vez o monitoramento da lavoura para a tomada de decisão.

O boro é o único micronutriente aplicado regularmente no algodoeiro, com doses que variam de 1,5 a 3 kg/ha, via solo ou foliar.

Sendo assim, a adubação de cobertura na base e via aplicação foliar são ferramentas imprescindíveis e devem ser utilizadas de forma inteligente, somente quando necessário, tomando como base dados concretos.

CORTE DE CRESCIMENTO DO ALGODOEIRO

Os macro e micronutrientes ajudarão no desenvolvimento da cultura, mas o efeito desses insumos precisa ser manejado, para que a planta cresça de forma equilibrada. O controle de crescimento do algodoeiro pode ser realizado com o uso de fitorreguladores durante a safra.

Para obter bons resultados de produtividade e qualidade de pluma na colheita do algodoeiro, a atenção deve ser voltada para o crescimento da planta durante todo o ciclo.

Os benefícios dos fitorreguladores são:

  • Evitar o crescimento excessivo da planta.
  • Reduzir a abscisão e o apodrecimento das estruturas reprodutivas.
  • Aumentar o número de estruturas reprodutivas.
  • Melhorar a qualidade da fibra por meio da redução de impurezas como galhos, cascas e folhas.
  • Para saber mais sobre reguladores de crescimento, acesse o artigo que publicamos recentemente.