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Riscos iniciais de percevejos no milho

Os primeiros dias após emergência de plantas são cruciais para o controle de percevejos no milho, principalmente na safrinha, onde a pressão pode ser maior.12 de dezembro de 2019

A incidência de percevejos no milho safrinha é um grande fator limitador de produtividade. Nas últimas safras, devido aos ataques severos de percevejos em áreas do Paraná e Mato Grosso do Sul, produtores relataram ter de replantar as áreas devido ao grande número de plantas mortas ou dominadas causados pelos percevejos.

Os gêneros de maior importância econômica na cultura do milho são os percevejos barriga-verde, Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus.

Fonte: Elevagro, 2019

Danos

O maior potencial de dano dos percevejos ocorre em ataques entre V1 e V5, sendo que o período dos 25 a 30 dias após a emergência é crucial ao controle. Entretanto, o monitoramento deve ser mantido, pois poderá haver infestação da praga posteriormente. Os danos dos percevejos são provocados pela alimentação próxima ao colo das plântulas (Figura 1).

A praga, quando se alimenta, perfura os tecidos com o estilete, e injeta saliva e toxinas para a sucção de seiva. A perfuração e a presença de toxinas danificam os meristemas, dando origem a sintomas típicos a medida que as folhas se desenvolvem, como por exemplo, furos assimétricos no limbo foliar, folhas murchas, plantas deformadas, amareladas e dominadas. Tais sintomas comprometem o desenvolvimento adequado de plantas, que refletem em queda de produtividade.

Em ataques severos nos estágios iniciais do milho, os percevejos podem causar a morte de plantas, sintoma conhecido como “coração morto”. Tais sintomas refletem na redução do estande de plantas da lavoura e em muitas situações de ataque severo é necessário o replantio da cultura.

Desafios do manejo

  • Antes do milho:

  • Como os danos dos percevejos são maiores nos estágios iniciais do milho, fica evidente que o manejo desta praga deve iniciar antes mesmo da implementação da cultura. Os insetos podem migrar de culturas anteriores, como a soja e o feijão, para o milho, o que justifica que o monitoramento das lavouras seja iniciado antes da instalação da cultura. A presença da praga em nível de dano econômico indicará a necessidade de estratégias de controle com inseticidas pulverizados ainda na cultura anterior ou em dessecação prévia ao milho.

  • Na semeadura:

  • O tratamento de sementes é uma ferramenta essencial na proteção inicial de plantas de milho contra o ataque de percevejos. É importante a utilização de inseticidas sistêmicos, que possam ser eficientemente translocados para a parte aérea do milho. Neonicotinóides, como por exemplo a clotianidina, são inseticidas bastante utilizados e com eficácia no manejo inicial. O tratamento de sementes protege as plântulas do ataque após a emergência. Os primeiros dias após a emergência compreendem o período de maior suscetibilidade ao ataque dos percevejos, justificando assim a importância do tratamento de sementes.

  • Depois da lavoura estabelecida:

  • Mesmo utilizando um eficiente tratamento de sementes, isso pode não ser suficiente. O monitoramento após emergência de plantas deve ser mantido, e caso detectada a praga em nível de dano econômico, aplicações de inseticidas complementares na parte aérea serão necessárias.

    O nível de dano econômico do percevejo barriga-verde para a cultura do milho em estágios iniciais (V1-V3) é de 0,8 percevejo por m² (Duarte et al., 2015).

    Quer saber mais como evitar riscos iniciais de pragas no milho ou em outras culturas?

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