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Bicho-mineiro: como combater uma das maiores ameaças às lavouras de café
19 de março de 2023
Se as plantas da sua lavoura de café apresentam quedas consideráveis das folhas no terço médio e superior, além de folhas com lesões marrons e teias, ligue o sinal de alerta! Esses são os principais danos causados pelo bicho-mineiro (Leucoptera coffeella).
As perdas de produtividade por causa do ataque dessa praga podem chegar a 87%, segundo dados da Embrapa.
"O bicho-mineiro causa uma desfolha muito grande, atingindo de 50% a 60% da propriedade. Então, se a expectativa era de 60 a 70 sacas, o produtor colhe em torno de 20 a 25. É um prejuízo muito grande", alerta Daniel Fontes, produtor rural e consultor do Alto do Paranaíba, Minas Gerais.
As lagartas do bicho-mineiro se alimentam dos tecidos no interior das folhas, tornando-as mais fracas e comprometendo a próxima safra. Alessandra Vacari, professora da Universidade de Franca, explica que o grande problema desse inseto é que o nível de controle é de 3% de larvas vivas. Portanto, infestações superiores a essa já causam danos econômicos para o produtor de café.
Essa situação demanda o uso de técnicas cada vez mais modernas, que aumentam a proteção da produção com qualidade elevada. O manejo integrado é essencial para manter a produtividade das lavouras e o monitoramento dos cafezais é a etapa inicial para que o controle seja mais assertivo. Dessa forma, o produtor deve fazer uma vistoria na lavoura para verificar a presença de ovos, mariposas e lesões nas folhas. "O monitoramento deve ser realizado quando se observa a chegada desses insetos na lavoura", frisa Alessandra.
Como realizar o manejo integrado no cafezal
O controle químico é um método bastante utilizado para combater o bicho-mineiro porque serve para realizar a manutenção das lavouras em áreas de alta incidência, como locais de temperaturas mais elevadas e com período de seca mais extenso.
O controle com inseticida deve ser realizado no primeiro ciclo da praga para reduzir a infestação e evitar que novos ciclos ocorram nas etapas de colheita e pré-florada. Para uma melhor aplicação, é importante se atentar ao volume de calda do tanque e dos bicos de pulverização.
Nessa prática, o Sivanto Prime apresenta alta flexibilidade e pode ser aplicado via foliar ou via solo. "É um produto bastante seletivo. A gente prega muito essa questão dos inimigos naturais trabalharem a nosso favor e o Sivanto tem mostrado em campo que mantém esse equilíbrio dos inimigos naturais. É um produto realmente específico para o bicho-mineiro", comenta Daniel.
Por meio de um monitoramento realizado via software em 48 lavouras de café, totalizando 48 mil hectares em grandes regiões produtoras do país, o Sivanto resultou na redução de quase 100% das lagartas vivas nos cafezais.
Outro método que ainda não é tão comum é o controle biológico. Existem espécies associadas a essa praga que podem ser encontradas naturalmente, como é o caso de alguns parasitoides e vespas predadoras.
Já o controle cultural pode ser feito com plantas mais adensadas, que desfavorecem o desenvolvimento e a multiplicação do bicho-mineiro por manterem uma maior umidade dos cafezais e menor incidência de luz e vento no interior da lavoura.
Por fim, o controle comportamental também pode ser usado para controlar a praga. Ele é feito por meio de armadilhas com feromônio sexual que servem para o monitoramento populacional da praga, como auxílio na hora da tomada de decisão. É recomendado que uma armadilha seja instalada a cada hectare, sendo inspecionada a cada 3 dias.
Essas estratégias para combater o bicho-mineiro vão proporcionar maior produtividade, sustentabilidade, redução de custos e competitividade ao cafeicultor.