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Nematoides: estratégias de controle do inimigo oculto das lavouras

31 de agosto de 2023

O nematoide tem dimensões tão pequenas que é conhecido como o inimigo oculto das lavouras. Por outro lado, os prejuízos que ele causa são enormes, levando a perdas de até 65 bilhões de reais por ano no Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nematoides.

O nematologista e professor da Unesp, Pedro Soares, explica que o nematoide passa despercebido aos olhos do agricultor por ser um verme microscópico. O que vai indicar a presença dessa praga na plantação são os seus sintomas.

"Ele está naturalmente presente nos solos, é encontrado em todas as áreas do país e se alimenta das raízes das plantas. Então ele cresce, se desenvolve e se multiplica. As raízes começam a ficar menos desenvolvidas, passam a absorver menos água e nutrientes, o que se reflete em menor produtividade", explica.

Guilherme Hungueria, engenheiro agrônomo e gerente de inseticida Latam na Bayer, conta que a área tratada com nematicidas no Brasil aumentou mais de 20 vezes desde a safra 2016/17, o que indica a conscientização dos agricultores sobre o problema. Segundo ele, a tendência é que esse número aumente cada vez mais porque, apesar do avanço, representa apenas 30% do volume total de soja cultivada no Brasil. "O produtor tem plena consciência da importância do inseticida, herbicida e fungicida, mas a proporção de produtores consumindo nematicidas é menor. Eles têm tantos desafios para defender o teto produtivo da soja que levam muito tempo até perceberem que o problema é o nematoide e, por consequência, não fazem o manejo correto."

Mas a partir do momento em que os nematoides são diagnosticados e o agricultor passa a usar as ferramentas adequadas, ele começa a colher os resultados. "Existe toda uma mística por trás do nematoide, mas o produtor passa a perceber que é algo manejável e que existem ferramentas para mitigar os problemas. O produtor que faz uso dessas ferramentas não volta mais atrás, ele vai incrementando e entendendo cada dia mais a interação das ferramentas com o sistema dele", acrescenta Erick Cancian, engenheiro agrônomo e gerente de cultivo soja e milho na Bayer.


Aspectos gerais do nematoide

No Brasil, a soja é a que mais sofre com os impactos causados pelos nematoides por ser a principal cultura do país e ocupar a maior área de cultivo. Em seguida, vem o milho, a cana, o algodão, o feijão, o café e os hortifrútis, de acordo com Pedro.

Os nematoides ocorrem em reboleiras e os sintomas incluem deficiência nutricional, nanismo, amarelecimento, redução do desenvolvimento e queda na produtividade das plantas. "Ao atingir esses sintomas característicos de reboleiras e manchas, o produtor perde cerca de 30% da produtividade, dependendo da maneira como o problema está distribuído na lavoura. Mas as perdas podem chegar a 50% ou, às vezes, até inviabilizar a cultura", alerta o professor e nematologista.

Outro aspecto sobre essa praga é que, uma vez instalada no solo, é praticamente impossível erradicá-la. A saída é fazer o controle da população por meio do manejo. E o primeiro passo para isso é o diagnóstico correto, viabilizado por ferramentas da agricultura digital. "O diagnóstico é o principal gargalo do combate aos nematoides no Brasil e, nesse sentido, as inovações digitais estão contribuindo de diversas formas. A partir do momento que o produtor começa a observar a produtividade média por hectare, por talhão, ele entende seu ciclo produtivo e investiga por que não está atingindo o teto", afirma Guilherme.


Qual é a melhor maneira de manejar os nematoides?

O manejo integrado de nematoides precisa acontecer de forma racional, com associações múltiplas de controle químico, biológico, varietal e cultural.

De acordo com Pedro, existem algumas práticas fundamentais para reduzir a infestação das áreas com nematoides e melhorar o potencial produtivo das culturas. São elas: manejo de solo, por meio adubação, correção e rotação de culturas com espécies não hospedeiras; escolha de cultivares resistentes ou tolerantes; controle químico e controle biológico. É recomendável ainda integrar essas práticas para um combate eficaz ao nematoide.

Na opinião de Erick, o manejo de solo já é uma prática incorporada ao dia a dia dos produtores brasileiros, assim como a escolha de híbridos de milho menos suscetíveis, mas ainda é preciso evoluir nos outros dois pilares do manejo: o controle químico e biológico da praga.

Para o controle químico dos nematoides, a Bayer conta com Verango® Prime, que tem como uma de suas principais características a sistematicidade. Isso quer dizer que ele entra em contato com o nematoide, é absorvido e começa a agir a partir de 30 minutos.

Além disso, Verango® é um produto com ação residual longa e persistente no solo, o que é muito importante considerando a velocidade de reprodução dessa praga. "Quando falamos em uma molécula química persistente, estamos dizendo que o produtor, além de ter um controle eficiente, tem um controle por mais tempo. Ele não precisa usar aquele produto novamente", reforça Guilherme.
Ele explica também que o produto tem registro para mais de 20 culturas e amplo espectro de controle de espécies de nematoides.

Mas ainda vai além: pensando na realidade do agricultor brasileiro, Verango® Prime é o único nematicida químico que possui recomendação em bula para aplicação em barra, em área total, facilitando a operação e reduzindo custos.

"As operações de milho e soja não podem dar errado, principalmente a soja que tem uma janela de plantio muito organizada. Então, algo que gere mais complexidade nesse momento vai ter resistência por parte dos produtores. Para reduzir essa complexidade, depois de muito estudo, conseguimos reduzir o registro de Verango® para pulverização após o plantio, sem perda de eficiência", acrescenta Erick sobre a possibilidade de pulverizar o nematicida após a semeadura, sem precisar aplicar diretamente no suco.

Além de todas essas vantagens, Verango® Prime é o produto com maior residual do mercado, com período de ação de 80 a 90 dias.


Verango Prime e agricultura digital: uma dupla imbatível contra os nematoides

Erick conta que tem acompanhado testes de Verango® no campo. Foram quase 3 mil áreas analisadas nas duas últimas safras e os resultados foram de 3 a 4 sacas de soja a mais por hectare. "É um dado muito relevante porque a produtividade média da soja no Brasil é de 60 sacas, então, estamos falando de um incremento na casa de 8%."

Outro ponto destacado por ele é que, considerando o período de ação do produto - de 90 dias -, e o ciclo completo da soja, que dura aproximadamente 115 dias, a planta fica protegida durante a maior parte do seu desenvolvimento. Além disso, a área terá uma pressão menor de nematoides para a próxima cultura.

Mais um exemplo bem sucedido é o da produtora Lia Katzer, que contou com a ajuda da agricultura digital para otimizar os resultados na lavoura. Ela chegou a perder entre 6 e 7 sacas por hectare por safra, mas esse cenário mudou depois de participar do programa de recomendações Bayer aos produtores rurais - OBM-, um modelo baseado em resultado. Lia teve retorno de 13 mil reais após realizar o manejo assertivo dos nematoides com auxílio da agricultura digital e de Verango® Prime.

Por meio da ferramenta Climate FieldView™, os produtores recebem uma recomendação sobre onde e o quanto do nematicida aplicar, com base nos dados da área de produção. "Com isso, as aplicações passam a ser mais assertivas, por uma unidade menor de terra, o que reduz os custos por metro quadrado", diz Guilherme.

Erick revela que o trabalho realizado com a produtora Lia Katzer será replicado com outros 100 agricultores ainda neste ano. Ao expandir o modelo, o algoritmo usado pelas ferramentas de agricultura digital será ainda mais aprimorado para ser disponibilizado ao mercado nas próximas safras. "É uma solução muito inteligente porque damos uma recomendação específica, mapeamos o talhão do agricultor e estabelecemos as doses para cada parte desse talhão a fim de tratar o problema de forma eficiente e inteligente", pontua Erick.

Para o professor e especialista em agronegócio, Marcos Fava Neves, a gestão por metro quadrado viabilizada pela tecnologia digital é essencial para o controle efetivo dos custos de produção, principalmente considerando o combate aos nematoides, que representa um custo alto para o produtor. "É primordial usar todo o pacote tecnológico que está disponível ao produtor para identificar e alocar o produto exatamente onde está o problema.

Na situação atual do mercado atual, esse aspecto é fundamental porque não está previsto grande aumento de preços para o próximo ano", observa.


Recomendações dos especialistas

A recomendação do professor Pedro Soares para auxiliar os produtores no combate aos nematoides é entender as práticas de manejo, a fim de aplicá-las dentro da realidade de cada propriedade. "Nossa sugestão é o Verango®, testado em diferentes culturas, nos sistemas de produção soja-milho, soja-sorgo, soja-feijão e a gente. O produto de fato entrega uma cultura com melhor desenvolvimento e com potencial produtivo totalmente diferente."

Guilherme reforça a indicação do professor e diz que é fundamental que o agricultor se aprofunde nesse problema, observe o que está acontecendo em sua área, identifique os tipos de nematoides e teste o produto para ver na prática os resultados. "Queremos que o agricultor experimente o resultado do Verango® porque estamos transformando a forma como ele faz o manejo químico."

Em linha com os outros dois especialistas, Erick reconhece a garra do produtor brasileiro, que enfrenta adversidades diariamente no campo. Mas ele faz um alerta para que os nematoides não sejam mais um desses problemas a serem enfrentados: "Temos ferramentas para manejar essa praga, além de conhecimento e produtos como o Verango® Prime, que pode contribuir para reduzir perdas provenientes dos nematoides", conclui.