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Benefícios da biotecnologia na agricultura

A biotecnologia permitiu o desenvolvimento de plantas tolerantes ao ataque de pragas, e facilitou o manejo de plantas daninhas, transformando a agricultura.23 de agosto de 2023 /// 10 minutos de leitura
biotecnologia na agricultura

A partir do lançamento das sementes que dão origem a plantas capazes de resistir ao ataque de pragas, e tolerar herbicidas, a biotecnologia nunca mais saiu da agricultura. Os benefícios dessa inovação tornaram as culturas do milho, soja e algodão, mais produtivas, e possibilitaram o manejo mais sustentável da produção agrícola.

A biotecnologia de sementes é fruto da aplicação da transgenia no desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas. Esta área de pesquisa possibilitou que algumas espécies de plantas fossem modificadas para receber genes específicos, que se expressam em características desejáveis.

Continue esta leitura para conhecer a história das sementes geneticamente modificadas no Brasil, e os benefícios da biotecnologia na agricultura.


Histórico da biotecnologia na agricultura brasileira

A relação da biotecnologia de sementes com a agricultura brasileira começou no início da década de 1990, quando as primeiras variedades geneticamente modificadas de soja foram introduzidas no país. O marco inicial foi a aprovação da soja transgênica, que se tornou a primeira cultura geneticamente modificada a ser comercializada no Brasil.

Em 1998, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a soja transgênica tolerante ao herbicida glifosato, conhecida como soja Roundup Ready®, desenvolvida pela empresa Monsanto. Essa planta de soja resistente a herbicidas permitiu que os agricultores controlassem melhor as plantas daninhas, facilitando o manejo das lavouras.

A partir desse marco, a adoção de sementes transgênicas no Brasil cresceu rapidamente. Os agricultores brasileiros perceberam os benefícios da tecnologia, como a redução no uso de herbicidas e a maior eficiência no controle de pragas. Isso levou ao aumento significativo na área cultivada com sementes transgênicas, principalmente de soja.

Em seguida, a biotecnologia foi desenvolvida para outras culturas, como o milho e o algodão.

O milho transgênico resistente a insetos foi aprovado pela CTNBio em 2005. Esta biotecnologia de milho, conhecida como milho Bt, é tolerante a herbicidas, mas também carrega genes de Bacillus thuringiensis, que conferem resistência a determinadas pragas, como a lagarta-do-cartucho.

Alguns anos depois, em 2007, foi aprovado o algodão transgênico resistente a insetos, e tolerante a herbicidas. Essa variedade de algodão também é Bt, ou seja, carrega genes de Bacillus thuringiensis, que produzem uma toxina letal para as principais lagartas que se alimentam da cultura.

Atualmente, a soja com biotecnologia é amplamente cultivada em todo o país, representando uma parcela significativa da produção nacional. O milho e o algodão Bt também ganharam espaço nas lavouras brasileiras.

É importante ressaltar que o desenvolvimento e a comercialização de sementes transgênicas no Brasil seguem regulamentações rigorosas. A CTNBio é responsável por avaliar e aprovar as variedades geneticamente modificadas, levando em consideração aspectos relacionados à segurança alimentar, saúde humana, meio ambiente e sustentabilidade agrícola.


Benefícios da biotecnologia na agricultura brasileira

Segundo o estudo “Impactos econômicos e socioambientais da tecnologia de plantas resistentes a insetos no Brasil: análise histórica, perspectivas e desafios futuros”, divulgado em 2019 pela parceria entre Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) e Agroconsult, entre 2005 e 2018, as sementes de algodão, milho e soja transgênicas resistentes a lagartas, geraram lucro adicional acumulado de R$ 21,5bilhões para os agricultores.

Ainda de acordo com o levamento, outros benefícios da biotecnologia foram constatados, e se expressam em números acumulados durante o período monitorado.

Veja alguns destes benefícios:

  • Redução na dosagem de inseticidas aplicados por hectare
    Estima-se que o uso de inseticidas reduziu 36% na soja, 18% no milho verão, 16% no milho inverno, e 32% no algodão. No total, 839 mil toneladas de defensivos deixaram de ser utilizados nas lavouras durante o período estudado.
  • Redução do número de operações nas lavouras
    Ao reduzir aplicações de defensivos, foram economizados 377 milhões de litros de combustível, que antes eram gastos no volume maior de operações com maquinários na lavoura.
  • Redução de gastos com defensivos
    Ao adotar o sistema de produção que utiliza plantas de algodão transgênicas com genes Bt, houve a economia de até R$ 427 por hectare, o que representa 17,2% de redução de custos. No caso da soja, a redução de gastos com inseticidas variou entre R$ 22 e R$ 262 por hectare.

Além da economia de recursos, a biotecnologia promoveu mais sustentabilidade e produtividade na produção agrícola.

Com maior proteção das culturas contra o ataque de lagartas, as cultivares encontram ambiente mais favorável para expressar todo seu potencial produtivo, aumentando a produtividade das lavouras de cultivo Bt. Este fato influenciou diretamente a geografia da agricultura, pois possibilitou produzir mais sem a necessidade de aumentar o tamanho das lavouras.

A biotecnologia também trouxe benefícios práticos, ligados a eficiência operacional nas lavouras. Entre eles estão:

  • Maior adoção do plantio direto
    Com plantas tolerantes a herbicidas, o plantio direto se tornou uma prática muito mais segura e eficiente.
  • Melhor manejo de plantas daninhas
    Com a possibilidade de aplicar herbicidas durante a safra, plantas daninhas passaram a ser manejadas antes, durante e depois da colheita.
  • Mais facilidade no manejo de pragas secundárias
    Ao poder rotacionar inseticidas focados em insetos não alvo da biotecnologia, as estratégias de Manejo Integrado de Pragas (MIP) se tornaram mais factíveis e assertivas.

A Bayer e a biotecnologia na agricultura Brasileira

Desde a chegada da primeira biotecnologia em lavouras brasileiras, muita coisa mudou. Atualmente, produtores podem encontrar biotecnologias muito avançadas, que toleraram mais de um produto herbicida, e resistem ao ataque de pragas de forma eficiente.

Alguns dos últimos lançamentos que passaram a integrar o manejo do agricultor são as biotecnologias VT PRO4®, Bollgard®️ 3 RRFlex e INTACTA2 XTEND®, desenvolvidas pela Bayer para ajudar produtores no manejo das culturas da soja, milho e algodão.


Conheça um pouco sobre estas biotecnologias:

VT PRO4®
É uma biotecnologia voltada para sementes de milho. VT PRO4® usa três mecanismos de ação contra as pragas acima do solo, e dois modos de ação que protegem a raiz da planta de milho.

As pragas alvo da biotecnologia são as lagartas broca-do-colmo (Diatraea saccharalis), lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), e larva alfinete (Diabrotica speciosa).

Além disso, plantas de milho com biotecnologia VT PRO4® são tolerantes ao herbicida glifosato.


Bollgard®️ 3 RRFlex
Trata-se da última geração de biotecnologia de algodão.
Bollgard®️ 3 RRFlex protege as plantas de algodão do ataque das lagartas falsa medideira (Chrysodeixis includens), curuquerê (Alabama argillacea), lagarta rosada (Pectinophora gossypiella) e lagarta da maçã (Heliothis virescens), além de adicionar proteção contra espécies de lagartas dos complexos Spodoptera spp. e Helicoverpa spp.

A tecnologia também oferece tolerância ao herbicida glifosato.


PLATAFORMA INTACTA2 XTEND®
Esta biotecnologia de soja traz novidades no manejo de pragas e plantas daninhas. INTACTA2 XTEND® conta com 3 proteínas Bt, o que ampliou o espectro de controle de pragas presente da INTACTA RR2 PRO®.

Agora, o produtor pode usar a biotecnologia INTACTA2 XTEND® para proteger a lavoura do ataque das lagartas lagarta-falsa-medideira, lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), broca-das-axilas (Crocidosema aporema), lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens). Além disso, a tecnologia oferece proteção adicional contra as lagartas Helicoverpa armigera e Spodoptera cosmioides.

Tornando essa biotecnologia diferente todas as outras que são disponibilizadas para o agricultor, as tecnologias da PLATAFORMA INTACTA2 XTEND®, INTACTA2 XTEND® e XTEND® BIOTEC, são tolerantes aos herbicidas glifosato, e dicamba, o que aumenta ainda mais a flexibilidade do sojicultor para manejar plantas daninhas.

Para saber mais sobre a biotecnologia aplicada pela Bayer na agricultura, assista ao vídeo “O que é biotecnologia?”, da série “Ser agro é bom”:

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