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O que você precisa saber sobre a mancha-branca do milho

26 de fevereiro de 2024

Milho

A mancha-branca é uma das doenças foliares mais importantes da cultura do milho. Quando começa a se desenvolver na lavoura, causa prejuízos ao reduzir a capacidade fotossintética da cultura. Além disso, a doença se destaca por desenvolver e aumentar a severidade de seus danos nas plantas rapidamente.

Para evitar perdas na produção que podem ser causadas pela mancha-branca, é necessário realizar o manejo integrado de doenças, considerando pulverizações preventivas, conhecimento sobre os sintomas, adoção de híbridos tolerantes e boas práticas agronômicas.

Com o objetivo de ajudar agricultores e técnicos, preparamos este artigo em que apresentamos o que você precisa saber sobre a mancha-branca do milho e estratégias de manejo para controlar a doença na lavoura.


Conheça a mancha-branca do milho

Os sintomas da mancha-branca podem se reproduzir nas plantas de milho a partir da interação da bactéria Pantoea ananatis com as espécies de fungos Sclerophthora, Phyllosticta sp., Phoma sorghina, Phaeosphaeria sp. Glomerella graminicola e Cochliobolus heterostrophus. Sendo assim, podemos dizer que a doença é causada por um complexo microbiano.

A ocorrência da doença pode ser favorecida por fatores, como:

  • Plantios tardios;
  • Florescimento da cultura em época do ano com condições ideais para a doença;
  • Plantio de híbridos que não apresentam tolerância à doença;
  • Tigueras e restos culturais que podem hospedar a bactéria P. ananatis;
  • Ventos e gotículas de chuva que podem espalhar a mancha-branca pela lavoura e até disseminar a doença para outras áreas;
  • Temperaturas entre 15 °C e 20 °C, e umidade relativa do ar maior que 60%.

A mancha-branca pode ocorrer em lavouras de milho quando encontra condições ideais independentemente da época do ano. No entanto, a doença é mais comum no cultivo do milho de segunda safra, que se desenvolve em condições climáticas favoráveis para a doença.

Durante a safrinha de milho, períodos com muitas chuvas, noites com temperaturas baixas e formação de orvalho tornam o ambiente ainda mais favorável para a mancha-branca.

De modo geral, o nível de suscetibilidade do híbrido de milho e as condições climáticas determinam a severidade da doença.


Sintomas e impactos da mancha-branca do milho

Os sintomas da mancha-branca passam a surgir nas plantas de milho durante o estádio fenológico V9, e se tornam mais severos após o pendoamento da cultura.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a mancha-branca é capaz de reduzir a produtividade do milho em até 60% por conta de danos causados na área foliar das plantas. Com as estruturas foliares comprometidas, a cultura enfrenta dificuldades para crescer e produzir espigas, o que gera grãos e espigas de má qualidade.

Ainda segundo a Embrapa, folhas de cultivares suscetíveis com 10% a 20% de severidade de danos causados pela mancha-branca apresentam uma redução na taxa fotossintética líquida em torno de 40%, prejudicando no momento da colheita.

Para identificar a mancha-branca na lavoura de milho, é importante se atentar às manchas nas folhas, que ocorrem primeiro nas folhas inferiores da planta.

Conheça características dessas manchas e saiba como elas progridem nas plantas:

  • As lesões começam a surgir em forma de círculo, com aspecto aquoso e de cor verde-clara;
  • Em poucos dias, a severidade da doença aumenta, e essas lesões se tornam necroses, de coloração palha, ainda em formato circular;
  • As manchas aparecem primeiro na ponta da folha, depois chegam até a base;
  • Em estágio avançado, as manchas também ocorrem nas folhas da parte superior da planta;
  • Em condições de ataque severo da doença, os sintomas também podem ser observados na palha da espiga.

Esses sintomas evoluem rapidamente nas plantas quando os híbridos são suscetíveis e quando não há o manejo preventivo da doença.


Evolução dos sintomas da mancha-branca do milho

Um estudo da Embrapa identificou a velocidade com que a mancha-branca do milho se desenvolve nas folhas da planta. Para obter o resultado, os pesquisadores captaram imagens de sintomas de mancha-branca em estágio 1 de desenvolvimento durante dez dias, no mesmo horário.

Ao avaliar as imagens, foi constatado que, em condições favoráveis, os sintomas da doença levam, em média, um dia para passar de uma fase a outra e que o número de lesões pode até triplicar nesse mesmo período. Além disso, foi observado que, a partir do quinto dia, não era mais possível realizar as contagens de manchas por causa da dificuldade de identificar as lesões individualizadas e pela coalescência delas.

Ainda segundo os dados dessa pesquisa, o número total de lesões aumentou praticamente de forma linear até o quarto dia, quando ocorreu a ocupação dos tecidos foliares e a redução do progresso da doença.

Por conta dessa rápida evolução dos sintomas de mancha-branca no milho, o manejo curativo da mancha-branca é considerado difícil.


Como manejar a mancha-branca do milho

O manejo da mancha-branca requer tratos culturais, adoção de híbridos tolerantes e a pulverização de fungicidas. Entenda cada uma destas estratégias de controle:

Tratos culturais
Pode ser realizado por meio da rotação de culturas e a antecipação da semeadura. Na rotação de culturas, é importante optar por plantas tolerantes ao patógeno para que ele não sobreviva em restos culturais durante a entressafra. A antecipação da semeadura é recomendada para que a fase mais suscetível da cultura do milho não ocorra no período em que as condições climáticas são favoráveis para a mancha-branca.

Adoção de híbridos tolerantes
Hoje existem diversas alternativas de híbridos de milho tolerantes à mancha-branca, que podem ser cultivados em áreas com o histórico da doença.

Pulverização de fungicidas
Os fungicidas devem ser aplicados via pulverização foliar. Os produtos podem ser utilizados de forma preventiva e curativa. No entanto, considerando o curto período entre a identificação da doença e a evolução de seus danos, o manejo preventivo é a estratégia mais eficaz para proteger a lavoura da mancha-branca.

Segundo a Embrapa, os maiores níveis de controle da mancha-branca no milho têm sido obtidos quando os fungicidas são pulverizados no início do desenvolvimento dos sintomas na lavoura. Aplicações realizadas fora do momento ideal apresentam baixa eficiência no controle da doença, o que pode demandar um maior número de pulverizações para evitar perdas de produtividade.

Nesse contexto, o manejo da mancha-branca está diretamente ligado ao conhecimento sobre a doença e o progresso de seus danos na cultura do milho, ao monitoramento e aos dados climáticos e informações sobre o histórico da lavoura. A rotação de princípios ativos de fungicidas também deve ser adotada para evitar a resistência de doenças aos fungicidas.


Fungicidas Bayer para o manejo da mancha-branca no milho

Para auxiliar produtores de milho de todo o país com tecnologias eficazes no controle de doenças, a Bayer desenvolveu os fungicidas NATIVO® e FOX® XPRO.

O fungicida NATIVO® é um produto mesostêmico e sistêmico dos grupos químicos estrobilurina e triazol, que protege a cultura do milho das doenças mancha-branca, ferrugem comum (Puccinia sorghi), ferrugem polissora (Puccinia polysora), mancha foliar (Exserohilum turcicum), Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) e mancha-foliar-de-bipolaris (Bipolaris maydis).

FOX® XPRO é um fungicida mesostêmico e sistêmico, dos grupos químicos carboxamida, triazolintiona e estrobilurina, que também protege a cultura do milho das doenças mencionadas acima.

Ambas as tecnologias devem ser utilizadas de maneira preventiva ou a partir da identificação dos primeiros sintomas em relação ao aparecimento das doenças. Além disso, com o objetivo de evitar a resistência de doenças aos fungicidas, a rotação de princípios ativos com NATIVO® e FOX® XPRO pode ser uma alternativa para o controle de mancha-branca na cultura do milho de forma sustentável e rentável.

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