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Doenças do milho: veja as 5 principais e como solucionar!

Conheça as principais doenças do milho, o impacto na lavoura e como investir em técnicas de manejo integrado e no monitoramento da plantação é fundamental.
18 de setembro de 2024 /// 2 minutos de leitura

Relatos de perdas de produtividade devido ao ataque de microrganismos têm se tornado cada vez mais frequentes nas principais regiões produtoras de milho do país. A mancha branca, por exemplo, considerada uma das principais doenças do milho, pode reduzir em até 60% o rendimento da lavoura.

Caso essas doenças do milho não sejam controladas de forma eficiente, os impactos econômicos podem ser significativos, comprometendo tanto a qualidade quanto a rentabilidade da safra. Além disso, o avanço das doenças e pragas do milho representa um risco constante para a estabilidade produtiva.

O primeiro passo para evitar esses prejuízos é conhecer as principais doenças do milho, entender como identificá-las e adotar estratégias de manejo adequadas. Neste artigo, explicaremos como reconhecer cada doença do milho e quais as melhores práticas de controle para proteger sua lavoura e garantir uma safra mais produtiva e rentável.


Quais são as principais doenças do milho?


Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), já foram registradas pelo menos 20 doenças do milho capazes de causar prejuízos à cultura. No entanto, nem todas apresentam a mesma frequência, pois sua ocorrência depende da dinâmica populacional dos patógenos, das práticas de manejo, de fatores climáticos e de condições específicas da lavoura.

A seguir, confira as principais doenças do milho, seus sintomas característicos e como identificá-las no campo:

Mancha branca

A mancha branca é considerada uma das principais doenças do milho no Brasil. Presente em quase todas as regiões produtoras, desenvolve-se com maior facilidade em ambientes de alta umidade, chuvas frequentes e temperaturas entre 25°C e 30°C.

Seu agente causal pode ser a bactéria Pantoea ananatis ou fungos como Phaeosphaeria maydis. Os sintomas aparecem como lesões circulares, encharcadas e verde-claras, que evoluem para necrose com coloração palha.

Segundo uma Circular Técnica da Embrapa, essa doença do milho pode reduzir em até 40% a fotossíntese e comprometer até 60% da produção de grãos.

Segundo uma , o surgimento dessas manchas nas folhas do milho pode reduzir em até 40% a taxa fotossintética líquida da planta e até 60% a produção de grãos.

Cercosporiose

Causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis, a cercosporiose (ou mancha cinzenta) está disseminada em todas as regiões produtoras do país. É favorecida por temperaturas de 25ºC a 30ºC e umidade acima de 90%.

Caracteriza-se por manchas retangulares e acinzentadas próximas às nervuras das folhas. Nos casos mais severos, causa necrose e enfraquecimento da planta, aumentando sua vulnerabilidade a outras infecções, como a podridão do colmo. Se não for controlada, pode provocar perdas superiores a 80% da safra.

Antracnose

A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum graminicola, é uma doença agressiva do milho que afeta folhas, colmos e, em casos graves, leva ao tombamento precoce da planta. O fungo se desenvolve melhor em regiões de chuvas frequentes, alta umidade e temperaturas entre 28ºC e 30ºC.

No campo, os sintomas incluem lesões marrons e irregulares nas folhas, circundadas por halo amarelado. Quando atinge o colmo, a doença provoca necrose dos tecidos e fragilidade estrutural. A produtividade pode ser reduzida em até 40%.

Ferrugem do milho

As ferrugens estão entre as principais doenças do milho e podem ser causadas por diferentes fungos:

  • Puccinia sorghi – ferrugem comum, caracterizada por pústulas alongadas e marrons.
  • Physopella zeae – ferrugem tropical ou branca, com pústulas ovais e esbranquiçadas, geralmente na face superior das folhas.
  • Puccinia polysora – ferrugem polissora, considerada a mais severa, associada a regiões quentes e úmidas, capaz de reduzir até 65% da produção se não for controlada..

Enfezamento

O enfezamento do milho é causado por duas bactérias da classe Mollicutes: Spiroplasma kunkelli (enfezamento pálido) e Maize bushy stunt phytoplasma (enfezamento vermelho). Ambas são transmitidas pela cigarrinha-do-milho, uma das principais pragas da cultura.

Os sintomas incluem estrias cloróticas (no caso do pálido) ou avermelhadas (no vermelho), encurtamento de entrenós, perfilhamento excessivo e redução da altura das plantas. Quando não controlado, o enfezamento pode reduzir em mais de 70% a produtividade.


Como identificar as doenças do milho?


Investir no monitoramento da lavoura de milho é a estratégia mais eficiente para identificar os sintomas e o patógeno responsável pelas doenças do milho na fase inicial da infecção.

Para isso, o produtor deve realizar visitas in loco, observando atentamente qualquer sinal diferente de uma planta saudável. .

Além disso, o uso de ferramentas da agricultura digital, como sensores, drones e softwares agrícolas, contribui para a detecção rápida de falhas e problemas nos talhões, que muitas vezes estão relacionados a doenças e pragas do milho.

O ideal é reforçar o monitoramento, sobretudo nas fases fenológicas mais suscetíveis à infecção, que variam conforme cada agente causador. Por exemplo, a mancha branca – considerada uma das principais doenças do milho no Brasil – tende a se manifestar a partir do estádio V9 de desenvolvimento. Já a cercosporiose ocorre com maior frequência entre os estádios V6 e R5.

Outra prática recomendada é o levantamento do histórico das doenças do milho mais comuns na propriedade e na região, priorizando a vigilância sobre elas. Assim, o produtor aumenta as chances de adotar medidas de controle no momento certo, reduzindo riscos de perdas significativas na produtividade.


Como prevenir e controlar as doenças do milho?


Segundo orientações da Embrapa, a forma mais eficiente de prevenção e controle das doenças do milho é o investimento no Manejo Integrado de Doenças (MID).

Essa abordagem reúne práticas de manejo cultural, genético, químico e biológico, reduzindo as condições favoráveis ao desenvolvimento das infecções e prevenindo a manifestação mais severa dos sintomas.

Por conta da sua abordagem integrada, o MID também possibilita a diminuição no uso de defensivos agrícolas, o que reduz os custos operacionais e contribui para uma produção mais sustentável e inteligente.

Para adotar o manejo integrado das principais doenças do milho, o produtor deve priorizar práticas como:

  • Plantar cultivares resistentes;
  • Realizar o plantio na época adequada, evitando períodos que favoreçam a disseminação dos patógenos;
  • Investir no manejo das pragas do milho;
  • Evitar o plantio em sucessão;
  • Eliminar restos culturais contaminados;
  • Utilizar o controle químico com produtos de alta eficácia.

Vale destacar que a aplicação preventiva e corretiva de fungicidas de alta performance ainda é uma das estratégias mais seguras para o controle de doenças fúngicas do milho.

Em entrevista ao programa Impulso Negócios, o engenheiro agrônomo Giovani Piletti explicou que o programa de fungicidas com o Fox XPro, por exemplo, pode conter o avanço das doenças em até duas aplicações.

Por isso, investir em um programa eficiente de manejo com fungicidas é essencial para garantir a produtividade e a rentabilidade da lavoura, reduzindo os riscos associados às doenças e pragas do milho.

Gostou do conteúdo? Continue aprendendo sobre o manejo de doenças do milho no blog da Agro Bayer!

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