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Conservação do solo: práticas que todo agricultor deve conhecer

Entenda por que é importante evitar a erosão do solo e de que forma isso interfere na lucratividade da sua lavoura24 de julho de 2022
Conservação do solo práticas que todo agricultor deve conhecer

As práticas agrícolas estão diretamente relacionadas ao equilíbrio, não só ambiental, mas também de todo sistema produtivo. É por isso que, desde o plantio até a colheita, o produtor deve contar com práticas benéficas em todos os sentidos.

Uma delas é a conservação do solo. Graças a ela, é possível focar no potencial produtivo, sem deixar de lado o manejo necessário, de modo a considerar a natureza física, química e biológica da região onde a lavoura está inserida.

Confira a seguir quais são as principais medidas que você deve tomar para garantir que sua lavoura produza produtos de qualidade. Além da prática, selecionamos os principais focos da conservação do solo para o agricultor.


O que é conservação do solo

Um estudo coordenado pela pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostrou que, no mundo, 30% dos solos do estão degradados.

A erosão é um dos principais responsáveis por esse cenário. A mesma pesquisa revelou que, a cada ano, ela provoca a redução de, em média, 0,3% do potencial produtivo de culturas.

Diante desses dados, é fundamental que o produtor entenda o conceito de conservação do solo. Ele diz respeito a uma série de medidas que devem ser tomadas para reduzir os impactos da erosão e de outros elementos nocivos.


Que medidas são essas?

Ainda de acordo com o estudo idealizado pela FAO, se ignorarmos os prejuízos que a erosão tem provocado no solo, até 2050, mais de 10% da capacidade produtiva estará comprometida.

Isso sem contar que, para amenizar os efeitos negativos, o custo anual com o uso de fertilizantes pode chegar a 150 bilhões de dólares. Isso encareceria demais o preço final dos produtos, além de trazer baixa rentabilidade ao produtor.

Como dissemos no início deste artigo, devemos garantir que as propriedades físicas do solo sejam mantidas. Na prática, isso quer dizer que é necessário focar na aeração, compactação, retenção de água e estruturação.

Também é preciso considerar a natureza química. Ela está relacionada à manutenção de nutrientes. Por fim, atente-se para as propriedades biológicas, com foco na respiração, biomassa (de carbono e nitrogênio) e fluxo de matéria orgânica.

É por isso que, para evitar esse cenário, você deve colocar em prática as seguintes medidas de conservação do solo:


Aplicação otimizada de insumos agrícolas

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) orienta a avaliação do solo como medida que precede o uso de adubos e defensivos. Isso implica em conhecer o histórico da região em relação ao ataque de pragas.

Além disso, é fundamental regular o maquinário na hora da aplicação dos produtos. Isso garante a dispersão uniforme dos defensivos e precisão na dosagem, por exemplo.

Vale dizer que, graças à tecnologia digital, existem sensores que identificam a presença de pragas e plantas daninhas. Com eles, o produtor rural pode otimizar o volume de defensivos, reduzir custos e, claro, garantir o equilíbrio do solo.


Adubação verde

A adubação verde consiste no uso de resíduos orgânicos que possibilitam a retenção de carbono no solo. Isso significa utilizar decomposição vegetal, como a cobertura morta, que evita que a água evapore e reduz os riscos de salinização.

Qualquer tipo de planta pode ser usado como adubo verde. No entanto, para o sucesso da conservação do solo, você pode investir nos vegetais com raízes profundas, alta produção de massa seca e facilidade na geração de sementes.

Lembre-se de que é importante que a matéria seca e a capacidade de cobertura sejam avaliadas com frequência. Afinal, o objetivo é proteger o solo, de modo a garantir que ele receba a quantidade ideal de nutrientes.


Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma medida simples que garante a conservação do solo. O ideal é diversificar a produção de culturas com base na profundidade das raízes. Você pode, por exemplo, alternar entre a soja e o milho.

Além disso, é importante alternar entre gramíneas, como arroz, sorgo, trigo e aveia, e leguminosas, como feijão, soja, grão de bico e amendoim. Para variar ainda mais, inclua na rotação o asteraceae. Neste caso, invista no cultivo do girassol.

Em todos os casos, é fundamental que você evite, por exemplo, cultivar leguminosas sucessivamente. O mesmo vale para as gramíneas. Isso ajuda a quebrar o ciclo de pragas, além de evitar a erosão do solo.


Outras práticas importantes

Uma das maneiras de contribuir para a conservação do solo é não provocar queimadas. Além de contaminar o ar, essa prática, ao contrário do que se pensa, retira os nutrientes da terra.

Também é importante utilizar defensivos somente quando for necessário. O monitoramento de pragas é a melhor maneira de controlar ataques indesejados e uso indiscriminado de produtos.

Não deixe de investir em medidas que evitem a compactação do solo. O ideal é controlar o tráfego animal, humano e de máquinas agrícolas. O mapeamento digital da área e o uso de drones contribuem para isso.

Outra maneira de contribuir para a conservação do solo é realizar o cultivo de acordo com a potencialidade do solo. Isso significa investir em culturas de acordo com a aptidão da terra, de modo a evitar a perda de nutrientes e baixa fertilidade.

Ao colocar essas orientações em prática, você promove o desenvolvimento da atividade agrícola. Os resultados serão positivos para a sua lavoura, lucratividade do seu agronegócio e para conservação do meio ambiente.

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